26 de maio de 2023

HUMANO

 Nei Duclós 


De tudo o que é humano faço parte

Do épico ao mundano

Da grandeza e pequenez da espécie 

Da sua História e esquecimento


Não que eu sirva de síntese ou exemplo

E queira provar o que não tenho 

Ou exibir humildade para posar de estátua 

Ou fazer caridade para divulgar meu gesto


Mas por ser datado e fruto do esforço 

De manter-me à tona em precário barco

E desafiar o oceano com as lições que aprendo 

Nas ilhas do meu destino escasso


Por ser o último dos moicanos

O que fica na aldeia por estar caído 

Pela mulher que não parte com a tribo

E aguarda, exausta, bela

O amor que tarda em meu coração de palha


Nei Duclós

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