11 de maio de 2023

CRIME

 Nei Duclós 


Não tenho perdão

Do amor fui desperdício 

Abandonei o que me pareceu abismo

Era planície, mas visto a distância 

Não fazia o sentido imaginado


E assim fui descendo, rio que despenca da montanha

Feito de chuva e pedras de vulcão 

Soltei a mão de quem me via firme

A frouxidão substituiu o arrimo


A poesia perdeu com isso o rumo

Não me perdoe, mulher não merecida

A solidão completa o ruído provocado pelo crime


Nei Duclós

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