25 de março de 2022

OUTONO

 Nei Duclós 


Outono  chega, mesmo que o verão,  irmão  mais moço 

Espiche a estação do sufoco 

E torne tardio o clima doce

O frio  que nos liberta do calorão em pele e osso


Outono é  o  coração do ano

Sua pulsação, seu abandono

Encontro que vira adeus

Janela de trem em cais do porto 


É  quando vens, no colo do sonho

Braço de mim, saída de banho

A dormir  comigo, depois do tombo

Da fruta que  cai ao desistir da planta que a sustenta

E se aninha em fogo brando 



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