2 de março de 2013

FÊNIX

Nei Duclós

Deitada em teu molho, mel e açúcar
só pensas bobagem, mariposa avulsa
sem laço com quem te chama de musa
a não ser que eu surja na porta do quarto

Trouxe um decreto com tinta ainda crua
pingando desejo em lei desta corte
pertences ao rei, que o sono usurpaste
depois que tomei teu trono à força

Rainha em degredo na torre mais alta
ferrolhos do amor fecharam tua arte
confino a beleza antes que tarde

Acordas na cama com penas de fênix
nos colchões mais leves do que tua graça
aguardo que abras, só tu tens a chave



RETORNO - Imagem: Jane Russel, por George Hurrell.