19 de abril de 2011

A ESTUPIDEZ DA ECONOMIA


Há uma tendência a adotar medidas preventivas contra a avalanche homicida da indústria financeira internacional. Não se trata de acabar com a especulação, o sistema que fabrica dinheiro a partir de artificialismos contábeis tratados como receita e anexados ao gigantesco volume de moeda de mentira, um esquema que remunera regiamente grandes maganos (os donos da globalização e que estão bem representados no governo Obama, assim como estavam no de Bush; aliás, são quase os mesmos). Mas o de se fazer alguns ajustes, necessários, para evitar que o estrago atinja muito forte a metrópole, como aconteceu em 2008. Mas o ministro Mantega acha essa possibilidade um acinte.

O Brasil não tem limites, nem oposição, freios ou qualquer defesa. Aqui se faz, aqui se paga. Aumenta-se em 8 anos a dívida pública em 1 trilhão de reais e tudo fica por isso mesmo. Desmatam tudo e só deixa o cocoruto do Xingu de fora (por enquanto) e ninguém dá bola. Ocupam a terra arável não para produzir alimentos, mas insumos para a especulação. A cana é um deles. Como o açúcar está com preço bom lá fora, então deixa-se de produzir o etanol e assim rompe-se com o acordo com os consumidores.O combustível “alternativo” vai para as alturas e os cretinos acham normal, soterrando a grita geral (a cidadania insurgente tratada como privilegiada). O governo gasta mais do que todas as cortes monárquicas juntas de todos os tempos e ainda eles querem mais.

Então,para que acabar com a festa? Isso é muito perigoso, cuidado com as restrições, disse o ministro amanteigado. O Brasil só entrará nessa se for obrigado, pois, se depender dos gerentes laranjas da nação, fica como está (é muito bandido para molhar a mão, não há dinheiro que chegue). O sujeito pega sua moeda podre, o dólar, enfia no rabo do sistema financeiro e o troço vai inchando, inflando como bolo fecal até explodir na nossa cara. Eles ficam com os lucros, nós com o rombo. Isso é tratado pelos analistas, especialistas e, digamos, “formadores” de opinião, como algo irreversível, do qual não dá para escapar. Ainda se fala por aqui no Plano Real, que foi uma adaptação ao consenso mundial, em que era preciso “debelar a inflação” para que tunga fosse mais proveitosa. O Plano Real é a jóia da coroa, a prova de que somos foda.

O Plano Real não debelou a inflação, mas acabou com a moeda nacional, ou seja, a soberania. Inventaram o real, que é uma unidade monetária que serve de parâmetro para que o sorvedouro de recursos não tenha nenhuma dificuldade de fluxo. A inflação continua, mas em dólar, já que o real é moeda zipada, a inflação em centavos equivale a muitas unidades monetárias do passado. Mas o que vale é a maquiagem, a máscara da economia segura e "em crescimento”. A montanha indecente da dívida pública remunera regiamente o capital especulativo, que se desvaloriza pelo excesso, "fortalecendo" o real.

O real mascara a corrosão do poder aquisitivo.O truque é ampliar a faixa do crédito, tanto para baixo da base da pirâmide quanto para prazos. Mais gente comprando a prazo e não conseguindo pagar. Esse é o fenômeno celebrado, às gargalhadas, pelo mundo que distribui prêmios aos gerentões do roubo (a mídia mundial em crise recebe dinheiro para dar títulos, assim como universidades com seus chefes agraciados com mimos do cliente que se torna “dotor”).

É por isso que a inadimplência cresce enquanto babacas como Eric Hobsbawm babam com nosso "crescimento" e ascensões sociais fictícias. Miséria e violência aumentam. Infra-estrutura foi para o ralo. Corrupção em todos os estamentos sociais e institucionais. Não temos mais indústria. Tudo vem da China ou é montada por chineses aqui. É tudo isso que enche FHC de orgulho, pois adaptou necessidades da pirataria internacional com a capacidade brasileira de sustentar tais bandidos. Ele reivindica o crédito de ter feito a boseira porque o tucano-petismo-peemedebosta é uma coisa só. Ter um duelo babaca entre Lula e FHC, duas faces da mesma moeda podre, é muita contrafação. É um circo situação x oposição para a platéia.

FHC entregou o país, que ficou totalmente à mercê da especulação internacional remunerada regiamente, processo intensificado por Lula . FHC apoiou por dua vezes Lula contra Serra, por isso seu partido perdeu. É um traidor, como o Aecio. Agora posa de opositor. FHC é um bobalhão pernicioso. Não existe oposição porque ele fez o jogo da ditadura civil, do sistema político engessado .

Quem tenta denunciar ou desmantelar esse sistema é chamado de imbecil. “É a economia,estúpido” ou seja, é assim que funciona e calem a boca. Pois não é assim que funciona. A estupidez da economia não deveria ser obrigatória. Como há uma imposição, então todo mundo é chutado para a rua. Como acontece com os jornalistas. Só neste ano, mais de 200 perderam o emprego. Não precisa de jornalista. Os bandidos podem tudo.


RETORNO - Imagem desta edição: os gêmeos univetelinos se abraçam. E o Brasil entra pelo cano.

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