17 de setembro de 2008

A CRISE É DE VERGONHA


É incomensurável a cara de pau dos analistas da atual “crise” financeira, como se não soubessem que sabemos extamente o que são: beneficiários de uma economia podre, que sucateou as nações, intensificou o trabalho escravo, jogo no lixo as vitórias do socialismo, fez tabula rasa das conquistas econômicas e sociais sob o capitalismo sob o controle de grandes estadistas. Ou seja, transformou tudo nessa josta que virou uma fedentina geral de países em sucata e que disputam o butim, como na Bolívia, aos socos e pontapés, ou como no Iraque, em que uma potência luta contra miseráveis para garantir o respeito que o mundo já não lhe devota mais.

Um dos analistas chegou ao cúmulo de dizer que a estabilidade por longos anos gerou a atual instabilidade. Como se a gente acreditasse nessa pax econômica, que nada mais foi do que a crescente exclusão de populações inteiras e a superconcentração de renda na mão de meia dúzia de nababos, enquanto se suborna de maneira descarada as classes médias ou as pobres ascendentes, como acontece no Brasil do “sortudo” Lula. E agora, presidente, onde foi sua proverbial sorte, para onde vai seu sorriso debochado, no momento em que as bolsas de valores perdem horrores, enquanto os Estados Unidos contrariam todas as suas pregações pró-mercado e fazem o que fez o velho Getulio, estatizam tudo para garantir a sobrevivência. Ué, onde foi parar o deus Mercado?

Não há limites para a cara de pau. Vieram aqui e roubaram o patrimônio público, cacifados pelo Bndes e por essa vergonhosa política de juros, que remunera na estratosfera o capital especulativo, entrega a soberania, sucateia o que acumulamos em décadas e ainda dá lições de moral sobre o Estado, a burocracia do estado e não sei o que mais. Quadrilhas tomaram conta do estado e já roubam a futuro, pois se assanharam com essa coisa do pré-sal, só imaginando as tetas que iriam sugar, os novos veios de ouro à disposição da malandragem internacional, os que nada produzem e jogam o dinheiro alheio no lixo.

E aí, bundinha bem sucedido, para onde vão teus rendimentos em juros estratosféricos? Não por acaso o governo atual, e também os anteriores, fazem os bancos se locupletarem com imensos lucros, pois vivem nesse mundo fictício que está fazendo água. Pergunto: e a ditadura política, a falsa democracia, fruto dessa especulação, será que vai ceder? Ou a tirania vai mudar de base, se sustentar por outros meios, como acontecia antigamente, quando os tubarões dos megatrustes do aço e do petróleo (e não das montanhas de dinheiro falso como agora) davam todas as cartas?

A crise é de vergonha na cara. Falta coerência, falta espírito público, falta generosidade, falta cultura, falta conhecimento, falta desprendimento, falta coragem. São tudo uns ratos. Assumam que se locupletaram com essa ciranda e não venham agora com suas análises frias e fajutas, achar que “está tudo confuso” como diz esse pernicioso Delfim Netto na Folha.

Não está nada confuso, está super claro: o governo americano está estatizando seguradoras, bancos de investimentos, imobiliárias, para evitar que tudo vá para as cucuias. Mas o problema é que já foi, quando, no lugar de ceder às pressões das lutas populares, inventaram essa globalização assassina, só pelo prazer que eles têm de matar.

Chega, caralho.

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