10 de maio de 2004

A FEDERAÇÃO DOS MESES

Maio, se continuar assim, de céu impecável e temperatura amena, é Santa Catarina. Abril, pelas promessas que encerra, sempre foi São Paulo. Outubro, pelo ouro do ar enfim liberto do inverno, é o Rio Grande do Sul. Por motivos óbvios, janeiro é Rio e fevereiro, a Bahia. Cada unidade desta composição tem sua identidade e precisa tanto dela quanto da união do tempo livre e soberano. Assim também o país onde vivemos.

MANGUAÇA - Não sei se o New York Times está mentindo ou não ao atribuir alcoolismo ao presidente que elegemos, mas é bom prestar atenção aos nossos aliados fora das fronteiras. O Brasil é um escândalo tão explícito que a imprensa internacional está nos ajudando a entender melhor o que se passa, assim como a justiça suíça e francesa segue os passos da corrupção, além dos autores de livros que investigam o saque internacional às nossas finanças, trabalho, destinos. Os paraísos fiscais são nossos infernos. Enquanto isso, prepara-se nova campanha poró-direita capitaneada, claro, pelo maior ilusionista do país, o publicitário Duda Mendonça, que vai nos colocar goela abaixo o Paulo Maluf assim como fez com Lula. O escândalo é que todos os telejornais e jornais impressos trazem as gracinhas de Maluf, impunemente, entusiasmado com a chance de aproveitar o claro deixado pela prefeitinha festeira, a mesma que se apronta para, na MTV, plagiar os Ousbournes. Blearghh.

MENTIRAS - Collor mostrou com se faz: mente-se mil vezes que ele é um caçador de marajás até que todos acreditam. Deve-se colocar na ilegalidade tanto as empresas de insegurança que matam adolescentes por nada quanto a publicidade profissional que coloca e tira políticos dos cargos por meio do engano. A raiz de tanta impostura está no conceito de populismo, inventado por acadêmicos como Francisco Weffort, que depois de posar de revolucionário e progressista a vida inteira locupletou-se no ministério do direitista FHC. A traição às conquistas populares do trabalhismo via denuncia vazia do populismo entronizou a ditadura no poder por meio da constituição de 1988, que manteve as Medidas Provisórias e consolidou no poder o coronelato civil dono dos grotões eleitorais.Tudo em troca de duas ilusões; o título de doutor nas universidades dos países saaqueadores, como aconteceu com FHC, e o poder da atual manguaça do PT, que desmoralizou os movimentos populares ao aprofundar a política entreguiista de seus antecessores. Tudo isso nos leva de volta à direita explícita, que está cheia de razão e pronta para retomar tudo. A única saída é retomar o trabalhismo, que instaurou um mínimo de paz social no país das grandes desigualdades.

REI - Os ingleses já quiseram se apossar da Ilha de Santa Catarina e chegaram a oferecer milhões de libras em troca deste paraíso, que dá de mil na porcaria da ilhota metida a sebo deles. Dom Pedro I quase entregou a rapadura, mas por sorte tínhamos o estadista José Bonifácio de Andrada, que negou essa facilidade aos piratas internacionais, que ficavam furiosos de ter de pagar impostos no porto do Rio de Janeiro para abastecer. Queriam se apropriar da ilha e devastá-la, como fazem com tudo. Acabaram ficando com o deserto gelado das Malvinas. Fiquei sabendo que o bobalhão Principe Charles comprou um monte de terras brasileiras na fronteira com a Guiana inglesa lá deles. É preciso que nossa soberania dê um tranco nisso. Mas temos estadistas? O que me irrita é que Charles nasceu exatamente no dia em que vim ao mundo. A diferença é que eu nasci para ser rei e ele não.
Aqui ó, proceis.

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