10 de junho de 2025

VIDRO

 Nei Duclós 


Não lembro deste corpo de vidro

Que quebra ao primeiro vento

Este poema partido

Em trens de longo trajeto


Não lembro de ter esquecido

O momento mais ferido

Herança no eterno presente

A pulsar como um espinho


Sou o que fica para sempre 

Pastor de estranho rebanho

Na montanha bebo a água

Que forma o esquecimento 


Nei Duclós

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