26 de junho de 2025

MADEIRA

 Nei Duclós 


Falo na madrugada para o nada

Ruas vazias, janelas fechadas

Inútil boemia de bêbada sorte

Sou o último poeta desse pobre porre


Falo lesado pelo destino incerto

Quando veio minha vez tudo estava morto

Quis saber do mistério mas ele também se cala


Resta a ilusão de que uma hora amanhece

Aí quem sabe a vida acontece

E desperta o que tinha de múltiplas vozes

Enterradas no peito de madeira nobre


Nei Duclós

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