10 de fevereiro de 2020

SERPENTES DO TEMPO

 Nei Duclós
  

Colho agora o que plantei sem ver
Cargas adventícias do meu querer
A semente que vi jamais vingou
Tornou-se adubo do amargor

O fruto torto não me alimenta
Cavo no deserto água salobra
Serpentes do tempo me olham das pedras
E o sol, este sol que torra lavouras de mercúrio



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