20 de agosto de 2019

FERIDO

Nei Duclós


Tarde demais, beleza da minha terra
Sempre te quis, bouquê de flor e ervas
Estavas no salão, rodeada pela glória
Agora o amor bate em nossa porta
Soldado ferido depois do fim da guerra

O tempo acolhe o terminal estranho
Ele se arrasta procurando abraço
Tens o rosto colhido pelo drama
Somos os dois mais íntimos remorsos
Separados como o sonho numa jaula

Vou para ti com o poema ainda moço
Te apaixonas pelo esboço da palavra
Sopro do anjo que também se atira
Na piração de não ser correspondido

Por minha mão ele força sua fala
Para alguém que conheceu na infância
Que é mulher com o teu mesmo destino
De ser paixão que busca o compromisso



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