7 de janeiro de 2018

SAIS DO MAR



 Nei Duclós


Desconheço o que deve ser descoberto
Teu endereço, geografia do mistério
O que parece ser sabido
pelo olhar viciado no mormaço

Mas sais do mar com teu corpo mais salgado
do que a lágrima e o beijo ainda oculto
As gotas brilham na pele e transfiguram
Teu andar de passos inseguros

Então eu vejo o que jamais se mostra
A não ser que o olhar enlouqueça e a lingua trave

És uma obra que leio já vencido
Pelo esplendor da página de um livro
Fazes barulho com os pés pisando a água
Eu me aproximo como um vândalo no escuro

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