26 de outubro de 2016

CAPITÃO



Nei Duclós

Enterramos o herói
com sua roupa favorita
a bandeira do Brasil
Quanto pesa essa camisa?

Só quem soube honrá-la
com um gol definitivo
entre o passe de um rei
e a rede do inimigo

Só quem veio do fundo
da nação em perigo
que lutava pela taça
com a revache dos vencidos

É que poderia liderar
em campo cheio de espinhos
a suprema sinfonia
da vitória inesquecível

O lugar comum da glória
mais que a pobre poesia
outorga ao povo escolhido
sua redenção mais legítima

Damos adeus em uníssono
ao capitão que se fina
desce ao chão hoje ferido
da Pátria como um aviso

Nao há crime que destrua
essa herança rediviva
o que morre ressuscita
o que é eterno ilumina


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