22 de janeiro de 2007

VIVA A VARANDA!





Estou em excelente companhia no caderno especial sobre crônica brasileira na mais recente edição do jornal Rascunho. Ao redor de destaques como Manuel Bandeira, Aldir Blanc, João Ubaldo Ribeiro, reparto espaço nas notas com Lya Luft e Miguel Sanches Neto, entre outros. Meu livro de conto e crônicas, O Refúgio do Príncipe, estréia assim na imprensa impressa acima de Santa Catarina (Rascunho é de Curitiba, mas tem circulação nacional). Daqui a pouco, deverá aportar em São Paulo, Rio, Oropa e Bahia.

A excelente matéria principal sobre o tema é de autoria de Carlos Ribeiro, de Salvador, que aborda a riqueza da crônica brasileira desde o século 19, focando especialmente Machado de Assis, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino. Suas referências são as melhores: Antonio Candido, Davi Arriguicci Jr. É de um sabor especial saber que este cronista, que publicou milhares de crônicas pela internet, foi incluído nesta edição graças a um livro impresso, que reúne as jóias aqui do Diário da Fonte.

Pelo menos uma pessoa reclamou, o JE Castro, da minha ausência nos últimos dias aqui no DF. Deixei passar quase uma semana sem novos posts, o que é uma extrema raridade neste espaço. Assunto não falta e a crônica no fundo não é assunto, é puro exercício de linguagem e esta brota todo dia. Mas o verão, a volta ao trabalho, alguns contratempos me deixaram ficar um pouco à deriva, fazendo de conta que este jornal não se chama Diário.

Os blogs do cybershark estão renovados graças a daniduc, que veio com tudo com seu dude´s talk renovado. Destaque também para o Nada a ver, de Ida Duclós, que está cada dia melhor e mais bonito. Os links estão aí do lado.

Na conversa na varanda (já que fujo do noticiário), fico sabendo que o ministro Sardenberg está sendo processado por ter sugerido a entrega de um pedaço da território nacional para os americanos, exatamente onde fica a base de Alcântara. A idéia de jerico deu com os burros nágua, exatamente na época em que nossa base espacial foi totalmente destruída, num evento pouco esclarecido e com conseqüências tremendas, em perdas de vida e de experiência tecnológica acumulada. Parece que o processo foi colocado em banho maria e o processador meteu também a juíza, que tomou essa decisão, na justiça. Existe um código penal militar que prevê prisão de 15 anos para quem tem a idéia de entregar soberania. Foi o que ouvi na varanda.

A varanda é uma instituição portuguesa em nossas terras. Ainda existem e eu tenho uma, pequena, mas agradável. Lá nos reunimos para a conversa sobre assuntos do dia e outros temas, desde literatura até filosofia. Nada substitui a conversa direta, nem internet nem jornal nem televisão. O real é a liberdade que temos quando conversamos e a varanda é o grande fórum nacional de debates e convívio. Viva a varanda!

RETORNO - Imagem de hoje: uma das pinturas de Juliana Duclós, da maravilhosa série Coisas de Maria.

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