9 de julho de 2006

A VIUVEZ DO MONOPÓLIO




E eis que no apagar das luzes da Copa, o queridinho do monopólio global, o Zizou, mostrou a que veio: deu uma cabeçada, sem bola, no peito de um jogador italiano e por isso foi expulso e saiu vaiado do estádio e do futebol. Mas que categoria, como diria Galvão Bueno. Que craque, que maravilha, isso sim que é jogador e não as porcarias que temos no Brasil. O brutamontes morreu para o futebol e deixou viúvos o Galvão Bueno e todos os que adoraram a desclassificação do Brasil, que confirmou enfim que somos todos vira latas e que os europeus sim é que são as cocadinhas pretas do papai.

O monopólio ficou viúvo e aquele considerado tão sedutor, aquele que só era referido por nome, sobrenome e apelido - Zenidine Zizane, o Zizou - (como sempre aconteceu na crônica social a la Ibrahim Sued), chamado de maestro e sei lá mais o quê, comportou-se como um meliante, como um gângster. Achou que estava já bicampeão, pois tinha convencido o Brasil que somos horrendos e era só colocar a mão na taça. Pois não foi assim. Os italianos levaram a melhor nessa Copa, um evento que terminou empatado e só houve decisão nos pênaltys, a mostrar que qualquer país pode perder de um a zero, empatar de um a um e para isso não precisa ser achincalhado como foi a seleção brasileira.

No finalzinho de tudo, furioso pela viuvez prematura, sem seu Zizou do coração, Galvão Bueno teve mais um dos seus célebres surtos e começou a dizer que a seleção brasileira não jogou (apoiado pelo songa-monga do Casagrande). A França empatou dois jogos na primeira fase, só venceu o Togo e assim mesmo não foi destruído pela mídia francesa. Nossa mídia fez exatamente o contrário. Fomos os primeiros do grupo, demos duas goleadas, perdemos apenas de um a zero e pronto, são todos pernas de pau, vendidos, nojentos, não jogaram. Como não jogaram? O adversário foi superior naquele jogo e a seleção estava dividida e travada, açulada pela mídia comprada. Dida fechou o gol, Zé Roberto jogou o fino, Ronaldo fez três ao longo da Copa, Cafu, apesar de tudo, com dois anos a mais que o Zizou, deu combate o tempo todo nos jogos em que participou. Faltou Alex, faltou mais coesão, mais garra, mas isso não significa que não jogaram.

Quem não bateu na bola, não fez gol nem nada foi o Galvão Bueno e seus epígonos, que ganham os tubos para trair a seleção. Raça de víboras. Eles envenenam a opinião pública, impõem apenas uma visão de jogo. Só vale a percepção deles. E todos embarcam, vestindo camisas de outros países. Vi gente envergar a camisa de Portugal. Foram derrotados duplamente.

Pois eu digo, professor Parreira: essas pessoas que devem a vida a você, porque você foi o campeão que nos trouxe de volta a taça depois de 24 anos de espera e de derrotas, esses caras que agora te perseguem, não valem o que comem. Você nos colocou no alto do pódio, classificou a seleção pentacampeã numa campanha em que fomos os primeiros, montaste um time de craques, mas não foste feliz, não conseguiste romper a barreira dos interesses, da má fé, da divisão interna. Tiveste que enfrentar tanta coisa, a começar pelo próprio presidente que se me meteu para ajudar a desmoralizar nosso craque, e muitos outros, todos cheios de razão, envergando a camisa amarelinha para no primeiro minuto após o jogo da França jogarem fora, como se tivesse empesteada. Tiveste que sair pela porta dos fundos do aeroporto, para não enfrentar a sanha dos que foram envenenados pela mídia, os que viram um jogo narrado pelo ódio e a traição.

Pois como notou um rapaz que veio no ônibus, e se aquela bola do Ronaldinho Gaúcho entrasse? A história seria diferente. Mas ninguém lembra. O mesmo rapaz disse para a mãe dele: deixa a bandeirona do Brasil aí, ela vai ficar até cair, não mexe não. Os patrioteiros como Galvão Bueno, os gigolôs e proprietários da nação, foram desmoralizados, gostam mesmo é do bandido que derruba covardemente o adversário num lance sem bola. O patriotismo é outra coisa. Mora no coração e na mente, porque sabemos: sem pátria, não sobreviveremos. É tão simples assim.

RETORNO - Parabéns, Mestre Mino Carta. Você merece comemorar mais essa esplêndida vitória da seleção da terra em que nasceste. Lembro daquelas duas capas da Senhor, em 1982 e 1986, em que colocaste uma bola murcha e o título: e agora vamos falar sério? Querias aqui um país de verdade, Mino, e sempre te revoltaste contra essa festa asquerosa que aliena a população, e que se mostra tão traiçoeira na primeira derrota. Parabéns pela tua seleção, tetracampeã por merecimento.

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