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6 de dezembro de 2025
DESCOMPASSO
Nei Duclós
Você está fora quando é moço
Depois passa do ponto ao durar muito
No meio do caminho aguardas o momento
Mas ele não chega, a não ser para os outros
Se os outros partem você é o sobrevivente
És convocado como testemunha coadjuvante
Não és o alvo mas a plateia errante
Teus dedos apontam para o horizonte
Onde brilha o sol da vida alheia
Assim te esquecem quando te lembram
Passas lotado pelo Tempo
Não nasceste Fulano, teu contemporâneo
Nei Duclós
NOIVADO NO BAILE
Nei Duclós
Pergunto por que a dança te conquista
Fazes questão de rodar pela pista
Com ritmo de passos repetidos
Será fantasia de uma relação perfeita
O encaixe fino entre corpos afins
Ou será o devaneio que isso provoca
De um amor nas nuvens, beijo na piscina?
Não, dizes com um meio sorriso
É só a oportunidade de não ser esquecida
Num baile onde o olhar das amigas
Me acham incapaz de uma valsa convicta
Se danço, me dizes
Posso depois contar que lá estive
No salão da paróquia em tempos felizes
Quando enfim desististe da solidão bruta
E me pediste, joelho no chão batido
Com um anel de noivado que a tua família
Te deu para que não fosse perdida
A mulher da tua vida, cavaleiro triste
Nei Duclós
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