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4 de junho de 2012

NOTURNA


Nei Duclós

Não te vi, Lua, apenas teu clarão
que ilumina minha alma escura
o dia que de Crescente fez-se Cheia
e subverte a solidão noturna

Não posso encarar teu brilho, Lua
que me cega como no levante
ciclope desgastado em diamante
chama indireta sobre a cerimônia

Estás oculta, confusão de entregas
estação da última confidência
laço do sol frio, olho da Medusa

Meu vulto tardio assombra a praça
observo tua dança que me leva
ao susto quebrado de uma estrela


RETORNO – Imagem desta edição:  Marylin Monroe.