Nei Duclós
Não haverá justiça diante da tua obra
Os andaimes do ofício soltos no ar
O som inaudível de uma vida tensa
As palavra, à espera na estação amarga
A solidão, corpo sólido que se desmancha
O anônimo adeus do amor sem história
A rua isolada no bairro da memória
O país além do mar abandonado por acaso
Nem haverá tribunal, apenas as certezas
O veredito final sem consentimento
Terás como sempre o coração atento
De quem ficou vivo e foram poucos
População à parte, refém do vento
A soprar nas ilhas remotas do silêncio
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