Imponho o ofício, que me ocupa
e só faz sentido se compartilho
ilha de sílabas, bruto mergulho
no sabor de um ritmo, o blues
Solo a palavra, espicho estribilho
sina sonora de tambor partido
nada escuta na cortina noturna
espessa neblina de penumbras
Alma estirada junto ao ouvido
o som se desdobra nas quebradas
de longe conhecem a marca do crime
é a canção sussurrada, criatura
Toco de novo, no piano ou radiola
o palco suado de versos estranhos
ninguém dá valor a não ser o comboio
de dores humanas, rude convívio
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