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18 de maio de 2016

TUTANO




Nei Duclós 


Raspei o verso até o osso
ficou exposto o tutano
herança quando fui moço
galope de potro solto

Cortei a carne do acervo
promovi denso alvoroço
e recolhi o que ouço
no couro de tronco oco

Tambores de gritaria
rugidos de fera humana
ventos a mil por hora
ordens presas na garganta

Pedras que atiram longe
em alvos sem importância
estrela que vem do frio
e leva ao mar seu incêndio

Passei a limpo os gemidos
consegui sair a tempo
recitei trilhas de trevos
obedeci porque é cedo


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