Nei Duclós
O que devo dizer está encruado
sobra de festa, corpo
à margem
abasteço a vontade, mas é raro
falta acervo em tanto espaço
Se paro de pensar digo na lata
projeto o remorso da palavra
silencio os fatos, recupero
as perdas do que a vida cobra
Guardo o berro da inútil lavra
promessa de fruto no futuro
coleciono o plástico maduro
natureza colocada em postas
O olhar atento vem a furo
capta a cena que me basta
perco o passo do momento
some a sombra, fica a farsa
Claro e escuro, oposto fado
não combino flor e incêndio
só a aparência, depois parto
falo no fundo em fundo falso
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Van Gogh.
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