Nei Duclós
Por que temer a morte se temos o céu?
A redoma da noite sem lua protegia
o olhar órfão das estrelas.
Foi-se a energia, ficou o cosmo puro.
Faltou luz para obtermos o solo
brilho terreno, vislumbre nos confins
lá onde nascemos e iremos um dia
quando o sol se puser no fundo escuro
Janela de sonho que Deus guarda
solidão gerada pela consciência
viagem além do ser, oculto plenilúnio
Chamam de mistério, mas somos fonte
de tudo o que dispõe o espesso rosto
nossa miragem na catedral de espelhos