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25 de maio de 2013

DESPERTAR



Nei Duclós

A Lua cheia de ontem raspou o azulão escuro
do céu noturno até torná-lo quase translúcido
na ausência de nuvem da manhã feita de pluma
Sábado que se espreguiça se fazendo de difícil

Usufruímos do sol o jogo oculto da alquimia
entre o claro destino do dia, que parece eterno,
e a herança precária do escuro, imperceptível,
que aprontou por destino, véspera de domingo

Bastou despertar para que milagres existam
e nos contem como foram parar depois da cama
a recolher gemidos gerados em lençóis de linho

Não era para haver poesia quando temos tudo
a rebater explícito no arrulho de pombas
em telhados de vidro, palavras do outro mundo