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12 de abril de 2012

CONVÉS


Nei Duclós

Fizeste as malas do silêncio
partiste para o limbo do poema
lá onde medra a rima sem fonema
e o coração se parte para sempre

Disseste adeus num rápido bilhete
foi em vão acenar para a corveta
onde pontificavas no convés distante
mais só do que uma ave no oceano

Sou tuas velas, eu disse, mas era tarde
tinhas motor providenciado a tempo
e roncavas espumas com tua escolta

Tenho apenas sonho e um barco a remo
e uma audiência adiada com Netuno
nem mesmo um deus te trará de volta


RETORNO – Imagem desta edição: Greta Garbo.

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