Nei Duclós
Hoje estou desprovido de poema
sou pão sem trigo, mar sem escama
nenhuma refeição em nossa mesa
a não ser a paixão pedindo água
Perdi até a embocadura do soneto
escorregou o encaixe do sereno
me deixas só, nuvem sem conserto
parado no ar de espanto e Lua cheia
Fiquei sem a palavra que sustenta
mendigo na porta de tua ausência
sacudo o copo em direção ao verbo
Recolho as sobras desse amor eterno
caminho sobre as águas do segredo
sou eu quem morro ou és tu, mistério?
RETORNO –
Imagem desta edição: Liz Taylor.
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