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23 de dezembro de 2011

DESENLACE


Nei Duclós

Amor é drama quando há ruptura
lenço de sangue na viagem súbita
lágrima de sal moído em terracota
chá de fel como exemplo de amargura

Vou partir, pastora, já estou pronto
saio da roda clara do teu manto
perco novamente o que me toca
nesta estação eterna de martírio

Não é justo atribuirmos ao romance
o que pertence ao desenlace
entre o sonho louco e o expediente

Nascemos com vocação do sentimento
e exercemos sem medir retorno
o que nos faz melhor e escapa sempre


RETORNO – Imagem desta edição: Vínculos, obra de Dario Ortiz, Colombia

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