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12 de abril de 2008

IMPULSO


Nei Duclós

Nuvens são continentes
na bola que oprime
o poente

O mar acima do rio
e as terras
de pura névoa

São a paisagem perdida
de uma viagem
sem trégua

Onde a imagem navega
o poema sobre
a gávea

Barcos sonham singrar
a roda que roça
a várzea

Qual seria a descoberta
no dorso do céu
em festa?

Existiria algum porto
no outro lado
da esfera?

Ou voltariam do abismo
sem os tesouros
da aposta?

A dúvida não importa
na calma anterior
ao salto

O que vale é a armadilha
que enreda os dedos
do vento

E o impulso do remo
que expulsa o surto
da espera

RETORNO - A foto acima, de Anderson Petroceli, inspirou o poema.

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