E quais são as origens que o presunçoso apaga? O teu exemplo, seu trouxa, teus ensinamentos, orientações, dicas, paciência de mostrar o caminho. De posse desse patrimônio, o presunçoso te tira o crédito e pega tudo para si. É importante acabar com o que o formou, a pessoa que o levou pelas costas, o sistema de valores herdados.
Claro que o presunçoso vai fazer homenagens a mestres obscuros (que jamais serão checados) ou a personalidades com grande capital simbólico (para pegar carona no carisma alheio). Mas te deixará de lado, tu, o contemporâneo, o solidário, a generosidade em pessoa. Se o animal tiver oportunidade, ele inclusive manda te eliminar. És um arquivo vivo, sabes como ele veio da mais extrema idiotia. És, portanto, perigoso.
Mas esse expediente serve para outra coisa, a destruição da memória em geral. Vamos pegar uma instituição presunçosa, a rede Globo, por exemplo, que agora está sendo minada pela extrema barbárie do neo-protestantismo comercial, ou seja, tanto destruiu a concorrência que acabou de braços com a monstruosidade.
Se a Globo resolver contar a história da tal libertação da mulher, por exemplo, o que ela usa? Sua mini-série com a Regina Duarte, a Começar de novo. Se falar sobre o 11 de setembro, o que virá? A cobertura global do grande atentado. Jamais algo fora de si, sempre o presunçoso é a medida de todas as coisas.
Nesta altura do analfabetismo nacional (e não funcional, pois analfabetismo funcional não existe; se o cara acolhera as letras e não entende é porque é analfabeto, ponto), o presunçoso toma conta dos debates. Se alguém abrir a boca, é para se referir a ele, é para comentar seus brilhantes pensamentos. O presunçoso se acha professor da humanidade e não é raro ocupar mesmo alguma cátedra, alguma cadeira de mestre.
Atenção: nada a ver com o preconceito anti-acadêmico, que tomou conta da mídia da era Lula. O estado de coisas em que nos encontramos, em que a escola foi achincalhada tanto na prática como na sua representação, foi cevada por longo tempo por aqueles que ocupavam os últimos lugares na classe.
Os burros e analfabetos e sacanas ficavam no fundo, fazendo gracinhas. Chamavam o primeiro da aula de cunhado e pegavam na saída quem tirava nota dez. Pois essa canalha tomou conta do país a partir do golpe de estado de 1964. Seus descendentes, biológicos ou não, ocupam hoje os cargos mais importantes. Veja o Mercadante, por exemplo, um senador extremamente bem votado numa área alfabetizada, São Paulo.
Ele tem a cara de pau de dizer que votar contra a CPMF é impedir que 85 centros de excelência em saúde continuem funcionando. Isso é de uma presunção sem limites, geado pela completa destruição das origens. Quem lembrará esse partidinho de merda que tomou o poder mentindo, lutando hoje contra tudo o que já pregou?
O presunçoso é o arauto do obscurantismo. Usa o acervo cultural a seu favor, para desmoralizar quem realmente sabe, para distorcer pensamentos e assim conseguir cargos e mordomias.
RETORNO - Imagem de hoje: "Tietê à noite", de Marcelo Min. Essas estruturas viárias erguidas sobre um canal de esgoto são o exemplo típico da presunção no poder.
Claro que o presunçoso vai fazer homenagens a mestres obscuros (que jamais serão checados) ou a personalidades com grande capital simbólico (para pegar carona no carisma alheio). Mas te deixará de lado, tu, o contemporâneo, o solidário, a generosidade em pessoa. Se o animal tiver oportunidade, ele inclusive manda te eliminar. És um arquivo vivo, sabes como ele veio da mais extrema idiotia. És, portanto, perigoso.
Mas esse expediente serve para outra coisa, a destruição da memória em geral. Vamos pegar uma instituição presunçosa, a rede Globo, por exemplo, que agora está sendo minada pela extrema barbárie do neo-protestantismo comercial, ou seja, tanto destruiu a concorrência que acabou de braços com a monstruosidade.
Se a Globo resolver contar a história da tal libertação da mulher, por exemplo, o que ela usa? Sua mini-série com a Regina Duarte, a Começar de novo. Se falar sobre o 11 de setembro, o que virá? A cobertura global do grande atentado. Jamais algo fora de si, sempre o presunçoso é a medida de todas as coisas.
Nesta altura do analfabetismo nacional (e não funcional, pois analfabetismo funcional não existe; se o cara acolhera as letras e não entende é porque é analfabeto, ponto), o presunçoso toma conta dos debates. Se alguém abrir a boca, é para se referir a ele, é para comentar seus brilhantes pensamentos. O presunçoso se acha professor da humanidade e não é raro ocupar mesmo alguma cátedra, alguma cadeira de mestre.
Atenção: nada a ver com o preconceito anti-acadêmico, que tomou conta da mídia da era Lula. O estado de coisas em que nos encontramos, em que a escola foi achincalhada tanto na prática como na sua representação, foi cevada por longo tempo por aqueles que ocupavam os últimos lugares na classe.
Os burros e analfabetos e sacanas ficavam no fundo, fazendo gracinhas. Chamavam o primeiro da aula de cunhado e pegavam na saída quem tirava nota dez. Pois essa canalha tomou conta do país a partir do golpe de estado de 1964. Seus descendentes, biológicos ou não, ocupam hoje os cargos mais importantes. Veja o Mercadante, por exemplo, um senador extremamente bem votado numa área alfabetizada, São Paulo.
Ele tem a cara de pau de dizer que votar contra a CPMF é impedir que 85 centros de excelência em saúde continuem funcionando. Isso é de uma presunção sem limites, geado pela completa destruição das origens. Quem lembrará esse partidinho de merda que tomou o poder mentindo, lutando hoje contra tudo o que já pregou?
O presunçoso é o arauto do obscurantismo. Usa o acervo cultural a seu favor, para desmoralizar quem realmente sabe, para distorcer pensamentos e assim conseguir cargos e mordomias.
RETORNO - Imagem de hoje: "Tietê à noite", de Marcelo Min. Essas estruturas viárias erguidas sobre um canal de esgoto são o exemplo típico da presunção no poder.
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