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28 de maio de 2024

DO AVESSO

 Nei Duclós 


Só digo o que não vem na cabeça 


Só leio o que não me cai nas mãos 


Só escuto o que nunca pensei


Só vejo o que não consigo enxergar


Só mostro o que vou esconder


Só pergunto o que tenta calar


Só respondo o que jamais perguntei


Só tenho o que deixei escapar


Só volto quando não desisti


Só amo se for a única lei


Só sonho o que já realizei


Só canto o que nunca ouvirei


Nei Duclós

ESCREVO

Nei Duclós 


Escrevo romances esquecidos

poemas dispersos, contos ocultos

Escrevo memórias tristes

artigos aos pulos, biografias

da indústria, currículos infames


Escrevo ideias vadias

canções recolhidas no lixo

ensaios absurdos, textos

sem assinatura, literaturas

perdidas, lendas avulsas


Escrevo por puro artifício

vocação fora do assunto

compulsão doentia, servidão

de herança, situação aflita

repertório tardio, luzes pífias


Escrevo como Deus manda

quando está distraído e decide

permitir que o vício assuma

as dores da virtude. Escrevo

como quem persegue a epifania


Nei Duclós

27 de maio de 2024

TRÉGUA

 Nei Duclós 


E se tudo for perdido

Carregado pela enchente 

Cidade onde sobrevivo

País que ficou doente


Vou em cima do telhado

Com vizinhos descontentes

A roupa toda molhada

O frio, a fome e a sede

Na espera de um resgate

Que Deus há de olhar a gente 


Vou levar os meus cachorros

E um cavalo de corrida 

No barco de salva vidas

Que a garotada dirige

Anjos que os santos enviam

Das nuvens preocupados


Só levarei a certeza

De que vou seguir em frente

Do abrigo mais carente

À estrada já sem ponte 

Em direção ao destino

Do náufrago contra o vento


Em cada lugar eu me apronto

Para ficar por um tempo

O arco-íris promete

Uma trégua de esperança 


Nei Duclós

24 de maio de 2024

FÔLEGO

 Nei Duclós 


O balde cheio da memória não mata a sede sem a poesia


Esvazia meu coração o sabor salobro da amargura

E adoça com sonho o fôlego da vida


Promessa que nos faz eternos

Quando nos lembramos


Nei Duclós

18 de maio de 2024

CANCELE O POETA

 Nei Duclós 


Cancele o poeta

Não o convide para nada 

Diga: estamos lotados

Não há mais espaço 


Assim ele aprende

A ficar calado

Como ostra na água 

E pássaro amargo


Prove que é nulo

Que cultiva a soberba

Bem metido a besta

Com obra obsoleta


Ficou para trás 

Como um velho soneto

Não soube abraçar 

A linguagem porreta


Ao passar em seu rumo

Troque de calçada 

Os cães o farejam

Como um lixo na rua


Não importa se a lua

É sua musa profana

Ou se a deusa Poesia 

Quer jogá-lo na cama 


Nei Duclós

QUARTO CRESCENTE

 Nei Duclós 


A natureza não opõe resistência 

Teu fogo interior aflora na pele

Água parada se transforma em enchente

Terra molhada cheira a desejo


Por mais que não queiras teu corpo oferece

O que tu esconde em íntimas vestes

Meu sonho grudado como bicho do mato

A força que trago em torpeza e recato 


Melhor não falar tanta evidência 

Parece exagero minha imprudência 

Mas estou no limite, estrela cadente

E caio no mar como um quarto crescente


Nei Duclós

COLONA

 Nei Duclós 


Cansei de me declarar sozinho

Sem que me ouças, tão distraída

Acho que sabes que exerço o assédio 

Mas finges de amiga, extrema doçura 

Delícia restrita a um aceno de longe 

Limite do abraço que não se consuma


Bastaria um sinal sem compromisso

Toque brutal de emoção consentida

Ficaríamos prontos para o que desse e viesse 

Delírio na cama ou dança em rodízio 


Mas és arredia em teu passo de gringa 

Colona rodeada por toda a família

Que não se permite o sabor da aventura


Só me resta então mergulhar neste ofício

Em que localizo a melhor fantasia

Teu jeito de flor que parece meiguice

Mas é turbilhão de fervor feminino 


Nei Duclós

14 de maio de 2024

RUBENS JARDIM: A VOLTA DA PALAVRA

Nei Duclós 


Primeiro livro de Rubens Jardim (1946-2024) em 30 anos, “Cantares da Paixão” rompe com os diques aparentemente sólidos de um tempo mau. (Atenção: leia abaixo, na seção Extra, a bela carta enviada por Rubens Jardim comentando este texto publicado em 2008).


Nei Duclós 


A essência da tirania é interromper o fluxo do pensamento, último reduto da liberdade. As falas internas, as que se formam espontaneamente antes de serem expressas, são substituídas pelos arremedos de linguagem. O jingle que não sai da cabeça, a palavra de ordem jamais esquecida, a frase bem sacada que costura conversas, os jargões corporativos, os apelos políticos, as evidências históricas: eis um conjunto perverso que habita esse vácuo provocado pela interrupção do livre pensar.


A ele se soma a poesia, que continua cumprindo o papel de adorno de luxo, de emoção barata, de sabedoria-minuto, como costuma acontecer no atual estágio em que o trocadilho foi entronizado como insight esperto das mercadorias mais descartáveis, as pessoas. À custa, inclusive das grandes obras poéticas, que o deslumbramento sob medida transforma em lixo graças à repetição vazia, como é o caso do binômio passarinho/passarão. No mesmo recinto, suam os corpos ansiosos dos poemas metidos a besta, passaporte para notoriedades e até mesmo verbas públicas.


Esse acervo trágico é o escolho trazido pela maré alta do capitalismo de farol, o sistema que tenta se safar ao definir como bolha o que era tido como mercado até a véspera do colapso. De farol porque obriga o cidadão despossuído a lutar pela sobrevivência na instabilidade dos cruzamentos, e não na solidez do trabalho bem remunerado. No Brasil, a ciranda financeira, que a tudo reduz a pó, se aliou à longa presença de governantes apartados da cultura. Como vasos comunicantes, elas alimentam o esquecimento programado, que esvazia e reparte em postas a identidade da nação desconstruída.


Contra isso se insurgem, reduzidos ao silêncio, os poetas que mergulham na poesia com a gana de romper esses diques, mesmo que o reconhecimento fique no limbo, a obra submerja no esquecimento, se confunda no excesso de ofertas da rede virtual, ou o livro tarde. É o caso de Rubens Jardim, que lançou “Cantares da Paixão” (Artepaubrasil, 159 páginas), seu primeiro livro em 30 anos, um arsenal poético fartamente ilustrado e que vem em socorro dos que não se entregam às imposições das falas oficiais. Apesar da auto-imagem do poeta ter sofrido o impacto da indiferença, tanto é que se considera “menor” (vício da crítica literária inventado por Antonio Candido), este livro é um conjunto de assombros.


Não apenas pelo lugar que Rubens Jardim ocupa, de fato, na literatura brasileira, desde os anos 60 ao participar como protagonista da movimento Catequese Poética, liderado por Lindolf Bell, que inaugurou no País o evento cultural de massa em praça pública. O poema manifesto, tornado tradicional pelo tempo transcorrido e resgatado agora na memória impressa, é apenas um aspecto de seu trabalho. O mais importante não é sua “pertença”, sua biografia poética, mesmo que o núcleo de onde surgiu seja de citação obrigatória. O fundamental, em Ruben s Jardim, é o deslocamento do poema para fora da linguagem, o que é feito com maestria, no uso da palavra conhecida e na eventual quebra silábica do discurso.


O poeta reconhece: “Parca é a palavra./ Este é o celeiro-livro/ na livre escolha/ esquálida/ das espigas.”A colheita escassa no inventário do verbo sem nenhum poder empurra o poeta para longe do poema, transformando-o num catador de estilhaços, os restos de algo irreparável.


Impossível reproduzir numa resenha o impacto do trecho final do livro, que homenageia o primo tragicamente morto na queda de uma janela. O título é “Estrepitoso estrepe” e podemos selecionar alguns momentos, sem reproduzir o design dos versos na página: “Tenho velado nestes 50 anos a tua queda e não consigo remover do chão as marcas do teu corpo nem comover os degraus na escalada da tua morte. Hediondo instante. Você me deixou mais só diante do raio da rua e adiante de mim mesmo, irretratável realidade”.


Um soneto admirável na página 78 é mais um exemplo desse jogo que ele prefere decidir na arquibancada, ou na várzea, enquanto o campeonato corrompe o meio do campo: “Toda mulher é uma viagem/ ao desconhecido. Igual poesia/ avessa ao verso e à trucagem,/ mulher é iniciação do dia,/promessa, surpresa, miragem./ De nada adiantam mapas, guias,/ cenas ensaiadas ou pilhagens./ Controverso ser, mulher é via/de mão única, abismo, moagem./ É também risco máximo, magia,/ caminho íngreme na paisagem./Simplificando: mulher é linguagem,/ palavra nova, imagem que anistia/ o ser, o vir-a-ser e outras bobagens”.


Fica estranho dizer que o poeta se coloca fora da linguagem para lá encontrar a essência, a origem, o sabor, a história e, agora sim, o pertencimento da palavra. Mas essa é a solução encontrada pelo talento, esse mistério da sabedoria. O que vale é fazer parte de um povo e não de um grupo, mesmo que um seja representação do outro. Misturar-se ao caos primordial onde o verbo tem a força da criação e faz parte das rotinas é talvez do sonho de todo poeta, um árcade por excelência, pois sabe que da natureza flui o poema. No convívio com a terra, esse universo não literário, é que a poesia se salva. Em Jardim, há inclusive uma Marília de Dirceu: “Anarda era imprevista como as provisões, o pasto, o repasto. Prato bipartido Anarda se unifica: seu próprio rosto é um retrato.” Ou : “Anarda era uma viagem dentro do tinteiro. Cor e acorde, Anarda era uma âncora dentro do tinteiro. Antes marco e agora traço, Anarda é signo, insígnia, dentro do tinteiro.”


A consciência de que perdemos a batalha da linguagem, que as falas impositivas imperam na paisagem da cultura em ruínas, faz do poeta um outsider inclusive de si mesmo. Não que renegue o que fez ou tenta fazer. Mas porque insiste na busca e descobre que ao retirar-se, encontra. Nessa luta se desloca, sai para fora do mundo reconhecido. Como Jardim consegue ser um poeta do eu, como dizem, confessional a maior parte do tempo (seu grande poema para o pai expressa essa opção), se ele abandona a casa conhecida da poesia?


Sua escolha é consciente, a ruptura é fruto de árdua reflexão e exercício. E o deslocamento acontece como resultado desse esforço. No livro, uma longa entrevista foi incluída, demonstrando a complexidade de sua reflexão. Ao se manter fiel ao trabalho poético, sem vislumbrar nele nenhuma utilidade, Jardim reencontra o impulso do papel do poeta, mesmo sem usar a máscara que deveria defini-lo. Encontrar um lugar comum (de todos) fora da mesmice é uma contradição bem ao gosto da máxima de Torquato Neto: “Leve um homem e um boi ao matadouro. Aquele que berra é o homem, mesmo que seja o boi”.


Ao contrário de quem se entregou à tirania da falsa linguagem, Jardim exercitou o berro. Sorte de quem lê ou ouve: sua voz é melodiosa, e tem a vibração de uma passeata, aquele movimento coletivo de rua, que era aclamado nas sacadas da nação ainda esperançosa. Com “Cantares da Paixão”, a palavra, que tinha sido expulsa, voltou, como se ainda fosse possível reinaugurar o milagre.


EXTRA : RUBENS JARDIM LÊ ESTA ANÁLISE DA SUA POESIA:


"Nei, meu caro. Nunca na minha longa trajetória poética, alguém escreveu algo semelhante. Não sei explicar, mas você tocou em pontos sensíveis da minha alma. Gostei muito da contextualização da tua análise. Também sinto esse acervo trágico da emoção barata e da sabedoria minuto. Mas nunca havia pensado que os meus poemas estivessem alinhados na luta para romper esses diques e as imposições das falas oficiais.


O certo é que esta tua resenha é que é um conjunto de assombros. Desde o título, A VOLTA DA PALAVRA, até seus afinados desdobramentos,você conseguiu me remeter de novo ao grande Jorge de Lima. Ele já escreveu, em poemas inesquecíveis, algo bem aparentado com o teu brilhante e afiado discurso:


"As palavras envelheceram dentro dos homens

separadas em ilhas,

as palavras se mumificaram na boca dos legisladores;

as palavras apodreceram nas promessas dos tiranos;

as palavras nada significam nos discursos dos homens públicos...

E, por acaso, a palavra imortal há de adoecer?

E, por acaso, as grandes palavras semitas podem desaparecer?"

11 de maio de 2024

PERSONAGEM

 Nei Duclós 


Amor é uma personagem

Que uso na poesia

É limite da linguagem

Fruto da fantasia


Portanto não acredite

Na manha do verso livre

É carta que jogo fora

Sem endereço da escrita 


Não colecione envelope

Que ostenta letra cursiva

É só um livro sem margem

Que nem a lua confia


Assim mesmo, não desista

Nem tudo é só desperdício 

Sou urso que tua graça 

Num segundo domestica


Nei Duclós

NA CASA FECHADA

 Nei Duclós 


O barro barra o barco

Do bombeiro Bira

Que segue a pé com seu grupo

Na busca de sobreviventes


Mas em terra o cenário muda

E confunde o local exato do voluntário salvamento 


Foram obrigados a abrir todas as casas 

Enquanto cruzavam o lodaçal

Cada um amparando o outro


Ninguém ficou para trás 

Até que ouviram alguém conversando 

Num tom surdo de janelas fechadas


Descobriram então uma filha deficiente deitada ao lado dos pais mortos

Que não resistiram ao esforço de salvá-la 


Com brutal hipotermia estava sendo tragada pela água

Na despedida que fazia a meia voz com o casal submerso


Voltaram com a mulher nos braços já na noite chuvosa que encerrava o dia cinzento


Era impossível voltar ao barco

Foram salvos por um helicóptero

Que fez maIs de uma viagem para levar o grupo para um lugar seguro


Isto não é um poema

É muito mais

É o relato do bombeiro Bira e seu punhado de bravos


Nei Duclós

O QUE É

 Nei Duclós 


O que é o amor?

É o medo de te perder

Ou de jamais ter você 


É como enchente de rio

No chão que não dá mais pé 

O barco das nossas dores

Recolhe as flores submersas

E não sabemos porque


O amor é uma tragédia 

Que parece não ter fim

Navegamos na esperança 

De um dia não ser assim 

Mas somos doidos teimosos

Concha grudada em navio


Nei Duclós

6 de maio de 2024

O PAPAGAIO AZUL

 Nei Duclós 


Estranhei a presença de um papagaio entre os animais resgatados na enchente. Era um exemplar único entre gatos e cachorros apavorados pela solidão e a morte iminente. Já o papagaio mantinha a postura de um idoso sábio,  conformado com a situação  coletiva, talvez por não esperar mais nada ou pela dor da perda de   contato com seus donos.


Estranhei por ser ave solta e que em tese poderia voar, dispensando o auxílio prestimoso dos voluntários  civis, que improvisaram equipes de heroísmo diante da omissão da farda.


Sedentário e mudo, havia o agravante de ser azul,  contrariando a tradição da espécie, verde, que tem indivíduos chamados de Louro.


No embalo da canoa precária, o papagaio azul era a imagem da impotência em meio à tragédia. Não tinha função nenhuma, pois não servia mais de adorno proibido por ser silvestre, nem divertia as visitas dizendo nome feio. Não dispunha de um ombro de pirata para fingir poder  e também não era um clássico papagaio fanho de anedota.


Era uma criatura deslocada, como nós. Não pertencia à  natureza, da qual nunca fez parte por ter se originado no cativeiro. Não tinha uma casa, levada pelas águas. Era só um papagaio azul rumo a um abrigo, onde continuaria só,  como um náufrago que se pergunta porque continuava vivo. É possível que tenha escapado apenas para ser capturado pela crônica de um escritor veterano e bizarro, que também permanece respirando, engolindo uma quantidade enorme de palavrões.


Nei Duclós

3 de maio de 2024

FORA DO FRONT

 Nei Duclós 


Deixei de escrever para pegar em armas.

Fui ferido na primeira batalha.

Correste para o hospital como voluntária.

Ditei então os versos que copiaste

para depois transformá-los em curativos.


Tive alta, junto com o resto da tropa.

Voltamos para casa na garupa

de caminhões sem assentos ou molas

Estavas feliz, segurando meu braço ferido

eras a única luz diante dos camaradas


Cantamos canções perdidas e um a um

fomos descendo em vilas que sobreviveram

Ficamos por último e já era muito tarde

A Lua, curiosa, espiava por trás do telhado

Vou preparar um chá, disseste. Que sorte

que estamos juntos depois de tanta guerra


Nei Duclós

2 de maio de 2024

SAIO CEDO

 Nei Duclós 


Estranhas que te amo e saio cedo

Antes dos pássaros da manhã gloriosa

Como um fugitivo de nosso compromisso

Levanto acampamento sem desmontar a lona


Ficas chorona, não sabes ao certo

se volto ou se te esqueço agora

E qual é o emprego que mantenho

Quando libero os navios da barra


Não sabes o que fazer comigo, liso amante

É como no cânone do meu sindicato

Faço direito mas não me reconhecem

Reclamam que eu canto canções de outro tempo

Enquanto consigo o melhor resultado 


Esperam que eu desista ao ser cancelado

No árduo trabalho de físico acervo

Assim voltarão aos seus afazeres

Com a importância de não fazer nada


És diferente, tens noção da hora

Em que levanto ao nascer do dia

Pronto para assumir a velha batalha

Mas cultivas o mesmo ressentimento


Só que contigo minha fuga é aparente

Neles eu enterro qualquer providência

E em ti no fundo nunca vou embora


Nei Duclós

1 de maio de 2024

VERSUS

 Nei Duclós 


Era ele versus a censura, a opressão, a ditadura

Foi-se junto com o século por camaradagem a seu tempo


Marcou presença no coração dos contemporâneos 

Nós, seus observadores, convocados por aquela estranha coragem

Queríamos lutar e não tínhamos armas

Queríamos dizer mas nos faltavam palavras

Estávamos confinados no nosso frágil querer

Até que nos tornamos seus colaboradores

 

Não porque era um líder, pois não cultivava o heroísmo

Mas porque nos ensinava a não baixar a cabeça

E levantava o olhar acima da percepção  coletiva

Que ele colhia misturado ao espírito sagrado do povo

Sem demagogia, apenas com a liberdade


Marcos Faerman

O  nome próprio do jornalismo

A profissão que pergunta

O ofício que enxerga

A ocupação que nos falta

Em cada quadra da nação que tropeça 


Nei Duclós