Nei Duclós
Publico versos que eu esqueço
Depois revisito, mas não mereço
Esse dom que parece especial
E é só o preço
Que pago por nascer escravo
Último servo da guilda, o escriba
Torto cabedal de biblioteca
Arrasto os pés no roto piso
Estuário de livros abandonados
Tropeço em folhas em tom sépia
Marcas do tempo onde calado
Escrevi na carne da promessa
Nada levo e deixo muito pouco
Passei em vão a vida sobre a terra
Carrego o pão para comer na estrada
Nei Duclós
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