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26 de janeiro de 2023

EM GUARDA

 Nei Duclós 


Não luto mais pelo que é seguro

Nem acredito em lendas do passado

Planto no presente o fruto maduro

O que procuro sem nenhum cuidado


Ingênuo, direis, isto está previsto

A falsa isenção dos derrotados

Fujo da determinação do que está escrito

Sujam meu nome e invadem minha casa


Pois passem ao largo, inconscientes pálidos  Verdugos de uma operação datada 

Tenho o tirocínio contra o certo errado

Cumpro o que ninguém decide em desacato 


Não há heroísmo no cidadão à parte

O que denuncia a voragem dos esbirros

Anotações de punições falsas


Cultivo apenas uma  convicção, a coragem

Faço da linguagem minha secreta arma

O poema que esqueces mas te põe em guarda


Nei Duclós

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