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12 de agosto de 2022

NOTURNO

 Nei Duclós 


Café preto com torradas

Na alta madrugada

Quando até a Lua esconde as horas

E as estrelas varridas no último ciclone

Piscam em pânico 

Em direção a Andromeda


O sono vem a cavalo

Contrariando histórias lendárias 

Adormeço com as mãos presas num sonho

Que é  acordar-se por dentro

Lá me sirvo do que está em falta 

na mesa ainda posta

E noto o sol tentando romper a aurora

Com o fígado exposto depois de acender a fogueira


Nei Duclós

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