Nei Duclós
Não reconheço mais estas ruas
Como a cidade pode mudar sendo sempre a mesma?
A memória não cabe no presente
O passado ficou dentro de mim
Pássaro preso
A alma da paisagem abandonou o ninho
E as casas, calçadas, asfalto e pedregulho
Parecem precipitar- se sobre o rio
Como piava assobiando em caniço
É de barro o sentimento
Que amarra os pés no acampamento
O pampa mora longe
Barco de pesca como chapéu no candango
Sou desta terra, raiz e cartucheira
Fui para o mato e na volta estranhei tudo
Já existia a mudança
Na infância devorada pelo tempo
Nei Duclós
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