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20 de maio de 2022

SUSTENTO

Nei  Duclos 


Poucas pessoas me sustentam

Não ando no andor, não ocupo templo 

Vivo do que sou, E do que faço me alimento

Chamam de poema, mas é ao certo

Oração da alma em comunhão com o Tempo 


Tenho essa missão, que trago de berço 

Mãe católica  e pai da pesca

Numa  cidade que gerou o pampa

E tem busto de bronze de poetas na praça 


Dos conterrâneos sou exemplar avulso

Cedo migrei  para muito longe

Aqui mesmo, onde o coração é ponte


Volto menino em corpo veterano

Às calçadas que desaguam no rio

A natureza é  minha fonte

A palavra,  o que me alça voo



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