Nei Duclós
Arrisco na oficina
Já gasta de tanto ofício
Duvido que reaviva
A chispa que alimente a trilha
Noto o fio cego da mavalha
Na longa noite de metais sujos
A mão que iluminou maravilhas
Apenas se pergunta
Serei ainda o ogro do verbo claro
Ou viciei na lavoura do deserto?
Crie o que pinta, disse assim o anjo
Exausto dessa minha rotina
De morar no céu a inventar o mundo
E não saber ainda qual o meu destino
Acredite, disse ele
Eu só existo porque és exímio
Em produzir o sonho no universo cinza
A revelar o verbo oculto em bruta mina
Mesmo que negues ser o escolhido
Nei Duclós
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