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20 de dezembro de 2020

SOPRO

 Nei Duclós 


Arte não é  abandono 

Deixar à própria sorte

A criação que depende do artesão 

E não do sonho

Uma construção se faz com pedra

E só depois desenha 


Há força no ramo da armadura

Nunca o ar que é o vento quando se espreguiça


Inventar é  tornenta, não a calmaria

A pressão sobre a flor que está contigo

O poema torto ainda no estribo

Antes que te acordes

Que sou eu o sopro que me levanta

E recebes acima de qualquer suspeita


Arte se adona do céu que inventas  ao sair da linha

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