Nei Duclós
Ninguém falava nada
Nem a blusa aberta no verão
A saia levantada guardando a flor
O sangue, segredo da donzela no algodão
As mangas de camisa, o peito nu
Penugem no braço e bicos de soutien
Todos calavam o poço de tesão
Na borda a gurizada em volta do maiô
De bruços a esperança torrando ao sol
No baile um aperto que furava o chão
E os banhos de rio ao anoitecer
Lá vem o pai com o cinto na mão
O chinelo da mãe a descer sem dó
Assim era o mundo antes de existir
O sêmen, o orgasmo, seja lá o que for
Havia ainda o flerte na sessão
E até na missa um véu era mortal
Podia desmaiar antes da comunhão
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