Nei Duclós
Fazes mistério com tua aparência
Driblas o assédio fingindo que é antiga
Como se a beleza corresse perigo
Se descobrisse o véu do anonimato
Não sabes que brilhas sob tantos panos
E uma perna foge em meio ao desacato
Nada disfarça tua vocação ao cânone
Nem mesmo os óculos de má procedência
De longe és o que os deuses dizem
Por isso te cercam de trovões e raios
Só o navegante atado no barco
Terá forças para conquistar-te
Pois ouvirá teu canto sem afogar-se
Sereia do amor, perigosa beldade
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