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12 de janeiro de 2019

ÚNICA

Nei Duclós


As palavras não tem dono
São como cães em viaduto
Fios de pipas que se soltam
Peixes que se debatem
Nas praias inacessiveis
Nuvens brancas transitórias
Navios fantasmas sem rumo

Palavras são provisórias
Dormem às vezes em teu pátio
Depois vão para o deserto

És caçador voluntário
De puçá feito de nylon
Querias todas as asas
Mas ficaste com a crisálida

Esperas que ela se forme
Ao longo da primavera
A fada que é o poema
Única fé que preservas





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