Gosto de saber por tuas palavras
Que não são tuas, são por onde andavas
E foste recolhendo pelo arrasto
Como o pescador que teima em sua arte
Escolhes as melhores, não as mais bonitas
Pois as falas ornamentais são enjoadas
Vale as que se prestam ao tom da narrativa
Que é teu dom, contador de rudes causos
Encilhas a história no trote da manada
(o mundo em que vives e pões um teto)
Todos os moços já fizeram roda
É o tempo que pousa em teu velho pala
Muitos silêncios pontuam junto ao fogo
Por prudência para lembrar toda a verdade
Confundem com suspense , mas não finges
És como farpa de mourão costeando a tropa
Na noite profunda o mistério se aproxima
Quer ouvir o desfecho, o final na encruzilhada
O tinir da espada, o amor que na garupa
estende o corpo sobre o cavaleiro alado
Há sinos e sopro de valsas e marchas
Uma aventura deixou um claro rastro
E tu, gigante, tudo nos confessa
Trancamos a respiração em tuas águas
Nei Duclós
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