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8 de fevereiro de 2018

PELE DE VELUDO



Nei Duclós

Encerrei o dia em seus redutos
Curral de luz, cerca de nuvens
Rebanho das horas mais famintas
Cores no horizonte em desalinho

E abri a cancela dos agouros
Que os astros mostram só no escuro
Pastor de montanha guardo abismos
Que caem em teias de orquideas

Colho a mais bela, dou quando há chuva
As flores choram se o amor escuta

Lancei uma pedra, atingiu o fundo
De uma fenda onde moras ainda oculta
Assustei os ninhos que se penduram
Nos paredões abruptos do teu grito

Olhar de lince, pele de veludo
Tens parte no dia de sonhar recluso


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