Páginas

14 de outubro de 2016

BRILHO NO VENTO



Nei Duclós

Tem mais poema aqui do que rascunho
Esse mal estar é o que me permite
viver neste lugar onde me aprumo
e o tempo passa como um fugitivo

Ele roubou o sonho que inventei sozinho
notei que assim despenquei no abismo
ninguém me segurou no vertical conflito
louco é o ser que mora no infinito

É armadilha, já descobri o truque
te deixam à deriva num tom crítico
celebram com champagne e empadinhas
enquanto te afogas perto de uma ilha

Hei de voltar como o verso explícito
dito num tom de época mais antiga
quando eu for o vento a dobrar a espinha
e carregar o brilho de uma estrela extinta



RETORNO - Imagem desta edição: obra de Van Gogh.


Nenhum comentário:

Postar um comentário