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4 de fevereiro de 2016

FLORES DA MEMÓRIA

Nei Duclós

Uma flor não diz muito além do momento
só sua memória permanece intacta
a que guardamos em vasos imaginários
as que colhemos em tardes de ventania

Salvamos as pétalas do desaparecimento
pois na planta elas se vão, como os dias
e reunidas em ramos também não duram
mesmo que algumas porções sobrevivam

Abrimos um livro antigo e lá estão elas
sem a cor original, mas com nova consistência
são de uma seda cevada em velho pergaminho

Se esfarelam, se não tivermos persistência
a não ser que escolham uma alma por moradia
nas paredes internas de uma eterna vigília



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