Nei Duclós
A solidão inventa os amores
que não a atingem.
É o conforto da fantasia,
espuma que alisa o mar
e volta todos os dias
Tornam-se perenes companhias,
como se fossem vida,
mas são doces na vitrine
Você se serve às oito da matina
e acredita no sonho que cativa
No fim estar sozinho é teu
verdadeiro amor, do qual não abres
mão, lobo faminto. Foges do coração
que te ilumina, assustado com a voz
em busca do perdão, pobre porcelana
Despertas zonzo sem saber onde fica
o corpo que deixaste à deriva
sentes uma dor, mas há medicina
o que não passa é esse gesto em vão
em direção à flor inacessível
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