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1 de agosto de 2015

DIFÍCIL LEITURA



Nei Duclós



Difícil leitura
tua humana ferida
quando memorizo
o barulho do corte
que não cicatriza

Imagino a dor
que me envia convite
compartilho os gritos
ainda vivos
mas embalsamados

Nosso convívio
é a roda viva
de uma chance remota
que nos identifica
em eterno rodízio

Moramos de frente
no espelho da rua
mensageiros atuam
em correios ocultos
de uma briga íntima

Leio teu sonho
feito de barro
nele sopro a atenção
da criação solidária
poder que não possuo


RETORNO - Imagem desta edição: foto de Nei Duclós 

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