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5 de julho de 2015

JULIO, UM GIGANTE EM ÉPOCA DE ANÕES



SARAPEGBE
Rivista di Dialogo Interculturale
(Società e Cultura del Brasile,Africa e Altri Mosaici)

JULIO, UN GIGANTE IN TEMPO DI NANI

Nei Duclós

TESTO IN ITALIANO

L'ultimo e intenso scambio email tra Julio e l'amico di vecchia data Nei Duclos

Julio,
Ancora sotto shock per la notizia, faccio fatica a comprendere questa tormenta. Non so che dire, tutto mi sembra suonerà senza forza di fronte alla gravità della situazione. Ma ho speranza che sarà possibile affrontare questa situazione con i mezzi di cui dispone la medicina. Anche se le prospettive di riuscita sono scarse. Molte volte le previsioni mediche non si realizzano e ogni organismo reagisce in maniera diversa. Hai affrontato il mondo e adesso la vita ti presenta il conto. Migrante, scrittore, militante, uomo di famiglia, ti sei imposto per il tuo talento e tenacità. Sei stato precocissimo, venendo fuori, poco più che vent’enne, come scrittore maturo. Eri già pronto, convincendo chi ti leggeva con la tua narrativa ben articolata, la tua immaginazione marcata dalla crudezza della nostra realtà. Sabe quem dançou? Il lettore impreparato, che ha avuto bisogno di riciclarsi nel leggerti. Hai marcato un tempo con la tua forza irreversibile. Ogni fase della tua vita vale dozzine di vite degli altri scrittori. In Brasile, sei stato un grande nella letteratura come nella politica. In Italia hai portato innovazione con la tua multipla personalità, inventando spazi per diversi autori. E hai inventato pure me in Europa, traducendo i miei racconti e le mie poesie. La tua generosità non ha limiti. Appartiene al lignaggio dei grandi scrittori, che non si accontentano di lasciare una opera, poiché includono il proprio momento nell’azione, portando con sé i propri pari e contemporanei. Tutto questo si somma al tuo profilo unico, specie rara di questa epoca brutale, fredda, mortale. Non hai mai ubbidito alle imposizioni, hai reinventato tutto con la tua attitudine, che esercita e insegna.
Poco posso dire di te e non ammetto congedi. Sopravvivi, gigante in un tempo di nani.
Tuo ammiratore
Nei

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Nei Duclós, (Uruguaiana, Rio Grande do Sul, 1948). Scrittore, storico, giornalista e poeta. Giornalista dal 1970, ha lavorato nel giornale Folha de S.Paulo, riviste come Brasil 21, Senhor e IstoE', collaboratore del giornale O Estado de S.Paulo, Veja, ha firmato reportages, articoli, rassegne, cronache e saggi. Attualmente risiede a Florianópolis, nello stato brasiliano di Santa Catarina dove si dedica integralmente alla letteratura e a progetti speciali della sua area (storia, letteratura, giornalismo). Libri pubblicati in formato tradizionale e anche in ebook. E' laureato in Storia nella USP.

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TEXTO EM PORTUGÛES

JULIO, UM GIGANTE EM ÉPOCA DE ANÕES
por
Nei Duclós


Julio:
Ainda sob o impacto da notícia, custo a assimilar essa tormenta. Não sei o que dizer, pois tudo me parece que soará sem força diante da gravidade da situação. Mas confio que será possível enfrentar essa barra com os recursos que a medicina dispõe, mesmo que a perspectiva seja escassa. Muitas vezes as previsões médicas não se realizam e cada organismo reage de uma maneira diferente. Enfrentaste o mundo e agora a vida cobra a conta. Migrante, escritor, militante, afamiliado, te impões pelo talento e a tenacidade. Foste precoce surgindo como escritor maduro com vinte e poucos anos. Já chegaste pronto, convencendo quem te lia com tua narrativa bem articulado, tua imaginação pontuada pela crueza da nossa realidade. Sabe quem dançou? O leitor despreparado, que precisou se reciclar ao te ler. Marca o tempo com tua força irreversível. Cada fase da tua vida vale por dúzias de vidas de outros escritores. No Brasil, aprontaste grande, na literatura e na política.Na Italia causas com tua presença múltipla, inventando espaços para diversos autores. Me inventaste na Europa traduzindo meus contos e poemas. Tua generosidade não tem limites.Pertences à linhagem dos grandes escritores,que não se conformam em deixar uma obra, pois incluem o próprio tempo à sua ação, levando consigo seus pares e contemporâneos. Tudo isso se soma ao teu perfil único, raro espécime desta época bruta, fria, mortal. Não te conformas com as imposições, reinventas tudo por meio do teu ofício, que exerces e ensinas.
Pouco posso dizer de ti e não admito despedidas. Sobrevives, gigante num tempo de anões.
Teu admirador
Nei

Traduzione in italiano di Alessandra Pescaglini
Nei Duclós. (Uruguaiana, Rio Grande do Sul, 1948). Escritor, historiador, jornalista, poeta. Jornalista desde 1970, tendo trabalhado no jornal Folha de S. Paulo, revistas Brasil 21, Senhor, e IstoÉ, colaborador do Estado de S. Paulo, Veja, entre outros veículos, assinando reportagens, artigos, resenhas, crônicas e ensaios. Atualmente residindo em Florianópolis, SC, onde se dedica integralmente à literatura e a projetos especiais de suas áreas de atuação (história, literatura, jornalismo). Livros publicados em formato tradicional, impressos em papel, e também no meio digital (ebooks). Formado em História pela USP.

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