Nei Duclós
Distribuo o
pão da palavra
não apenas o
sonho, aldrava
da minha
choupana, a mesa
escassa do
laboratório,
onde
convivem borboleta
e microscópio
Não apenas a
refeição farta
do poema
escrito a lápis
a derrama
digital, a obsessão
impressa,
mas o sorvo do ralo
que em
espiral devora a chuva
O rosto
desenhado pelo barro
diante da nuvem
, invertebrado
coro,
sobressalente trilho
na ferrovia
do abandono
Distribuo o
pão da palavra
e nada
retenho, teimoso escravo
que recusa a
alforria
por não
reconhecer o direito
da corrente,
ou a receita
do cadeado
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