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28 de fevereiro de 2015

SÁBADO



Nei Duclós

sábado, véspera de tudo
não do domingo e suas promessas
da semana, víbora no encalço
do mês, estação de espasmos

sábado, que antecede a diáspora
ir para longe, onde não há começo
e somos tragados pelo contínuo visgo
que nos prende ao tempo, mas sem o laço

soltos no cosmo, ou algo mais denso
somos visitantes de casas conexas
a razão, refeição sem pressa
ou a vaidade, loucura expressa

sábado, coleção de versos
jogo de horizontes de olho na presa
café da manhã com pontes largas
por elas andamos até mais tarde

RETORNO - Imagem desta edição: obra de John William Whaterhouse
 

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