Nei Duclós
Nenhum amor me apetece
nenhuma flor que floresça
animal sombrio da floresta
rasgo o coração das árvores
Nenhum pássaro me comove
nenhuma luz me contempla
o dia esconde meus rastros
corto a direção dos ventos
Corrijo a solidão, sou gigante
preencho os vazios do ermo
alguém me fez, um deus louco
em desavença com o tempo
Não me atraia com teu canto
não diga que há conserto
desequilibro os acordos
rosno para escutar o eco
Se por acaso apareço
diante dos olhos da fada
melhor que fuja correndo
minha linguagem é o medo
Nenhuma cor do horizonte
amanhece em meu destino
nasci quando me escolheste
morri quando foste neve
És o inverno, princesa
hiberno em minha conversa
treino para o momento
por te querer me preservo
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