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13 de novembro de 2013

PASSA PASSARÁ

Nei Duclós

É o corpo que desenha o tempo
décadas de espólios, perna prudente
um rosto a corrigir o espelho

O gesto em câmara lenta
a vida em vasos comunicantes
a conversa acumulada no silêncio

A pele concretiza o rolar dos anos
humano relógio sem comedimento
o risco de não ser mais o mesmo

A estrada dobrada como um lenço
palavras repetidas, versos românticos
o sonho, de tão antigo, permanece

O futuro se desmascara, imã de vento
destino é soma, nunca o desfecho
presença, presente que o amor sonha



RETORNO - Imagem desta edição: obra de Eugene de Blaas